Esse texto reflete acerca do processo de criação literária em consonância com a relação do poeta com a sociedade caótica a sua volta:
A CASA DOS FAZEDORES
Poesia não é negócio
É divórcio da ignorância
Com ela minha ânsia de me espedaçar em palavras
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T. Ortaet - Porto, Portugal - Abril/2012 foto: by Torres |
Poesia é pó que veste e reveste a construção
Se constrói na demolição dos muros da vida
Avenida-imensidão de trânsito rápido!
Poesia é tijolo de identidade, revestida de alteridade
No meu muro verbal pichado de pecado capital protejo e
projeto o germinal de mim
Uma casa da palavra, destelhada, pra ter o céu como teto e
quintal vertical
Rompem minhas cercas e cercam meus instintos; convido amigos
que me são de irmandade pra missão de felicidade, de estar poesia onde se
anuncia a casa velha sempre nova; brincar de eternidade com o que ficou escrito,
que vagará além do infinito; meu infinito pessoal que se acaba em algum lugar.
Flertar é flexa do meu poetizar!
Ignorar o flerte do presente é covardia de quem renuncia o
destino
Matriculo-me na outrora, por que agora é o minuto só meu,
meu presente, meu encontro com o que lerão na página dois...
Matriculo-me na outrora pra não ter remórcio do meu velho
ócio na memória...
Todas essas coisas comigo, de mãos dadas com meu medo e seus
plurais, plagiando até Oswaldo Montenegro e seus ancestrais; que já é chegada a
hora: Eu quero ser feliz agora!
Eu sou esses pedaços que juntos são diferentes do que a soma
das partes... Meus versos disparados, meus instintos bem intencionados, minhas
artes e meu vicio que faço e disfarço de ofício pra me presentear com as coisas
mais simples do mundo... Faço questão, me dou permissão.
Amém-travessão!
Se em algum outro mundo o travessão inicia, aqui, na minha
poesia, ele reinicia o que vem depois!!!
Tiago Ortaet
Agosto de 2012